Bud Spencer & Terence Hill - Slaps And Beans

Como esperado, e ao contrário do jogo Noi Siamo Angeli de 1997 (uma série com Bud Spencer), desta vez optaram pelo género que mais lhes convém: beat em up (eu contra a vizinhança). No início do jogo, podemos escolher se queremos jogar com Terence ou com Bud.

O jogo foi especialmente concebido para dois jogadores, mas se não houver mais ninguém com outro comando, a máquina assume o controlo da outra personagem, e podemos controlá-la sempre que quisermos com um botão que nos permite mudar de personagem.

Basicamente, as duas personagens são tratadas da mesma forma, embora tenham algumas diferenças no que toca à execução dos seus movimentos. Temos um botão para atacar, outro para fazer um movimento especial, outro para agarrar coisas (ou inimigos) e outro para nos defendermos. Um dos melhores pormenores deste jogo é o cuidado absoluto que se teve com o material original, pelo que os movimentos que veremos no jogo são retirados dos filmes destes dois actores míticos.

O jogo tem muitos detalhes que o tornam especialmente interessante para os fãs da dupla, e mesmo para os fãs de videojogos de ação em geral. Durante o jogo, vamos encontrar uma mão cheia de situações que mudam o tom habitual do jogo através de mini-jogos e que, em muitas ocasiões, fazem sentido devido à trajetória dos filmes destes actores.

Infelizmente, fazer um bom videojogo é mais do que pegar no material de origem e ver como as cenas podem ser transformadas em mecânicas jogáveis. É uma questão de timing, intensidade e criação de cenas da forma mais memorável e menos aborrecida possível. E, infelizmente, é aí que Slap and Beans falha um pouco, especialmente se jogarmos o jogo de uma só vez.

Por outro lado, se jogarmos o jogo como se cada cena fosse um filme, esta falha não é tão notória. É uma pena, mas há que dizer que o género beat 'em up é muito ingrato neste aspeto, e há muito poucos jogos que sabem lidar com este problema de forma eficiente.

Felizmente, o que brilha, especialmente para quem aprecia uma boa pixel art, é o grafismo. Em todos os momentos dá a sensação de estar dentro de um filme desta dupla, mas como se o jogo tivesse sido concebido para dispositivos ligeiramente mais potentes do que consolas ou máquinas de 16 bits.

Mas onde o jogo atinge a categoria de excecional é no som. Música dos filmes desde o primeiro minuto, alguma dela cantada, sons retirados diretamente de obras como They Called Him Trinity e posteriores, incluindo o clássico som do martelo a cair sobre os inimigos quando o punho de Bud lhes cai na cabeça, tudo com muito carácter de western spaghetti, e ao mesmo tempo sendo relativamente fiel à categoria dos jogos de 16 bits, pelo que não há vozes relativamente complexas neste jogo, mas teremos tudo em texto, normalmente bem traduzido.

Há que dizer que este jogo tem de ser tomado pelo que é, uma homenagem a um cinema e a actores que deixaram a sua marca em certas partes do mundo. Como tal, é um produto fantástico, embora, se nos mantivermos no facto de ser um jogo de arcada de um determinado género, não seja o melhor representante, apesar do seu bom nível de arte e som.