Metal: Hellsinger

Os FPS fazem parte de um género que sempre conseguiu manter-se fresco e relevante durante várias décadas, algo que não se pode dizer de outros tipos de jogos. Mesmo Doom, uma das sagas com a fórmula mais "pura", continua a ser um dos jogos de tiros mais divertidos da atualidade. Mas que tal dar uma reviravolta na fórmula para oferecer algo novo? Bem, é disso que se trata Metal: Hellsinger.

Metal: Hellsinger é um jogo de ritmo misturado com características FPS e concebido em torno da fórmula clássica de diferentes arenas sucessivas, onde inúmeros inimigos nos esperam e temos de os derrotar para progredir. O problema é que aqui temos o fator música, que é muito importante.

A ideia é disparar, recarregar, esquivarmo-nos, correr... ao ritmo da música. À volta da nossa mira, podemos ver indicadores que marcam o ritmo e, se executarmos a ação adequada no momento certo, aumentaremos a nossa série de notas corretas. Quando o multiplicador atinge x16, a faixa de voz da canção é ativada, com a participação dos melhores artistas.

É uma alteração muito simples, mas que muda completamente a forma como jogamos. De facto, vai demorar algum tempo até o teu cérebro se adaptar, uma vez que, por defeito, temos sempre tendência para disparar assim que o inimigo está ao alcance, em vez de o fazermos quando a música é adequada. Ainda assim, é uma grande mudança, e até há um pequeno elemento de estratégia quando se trata de se esquivar ou de se posicionar no mapa, ou mesmo da arma que se usa. Não só têm ritmos diferentes, mas também tempos de recarga diferentes ou objetivos diferentes. Por exemplo, uma delas é muito fraca, mas usamos para manter a sequência de tiros, pelo que podemos usá-la entre arenas ou quando não temos inimigos por perto.

Tudo é concebido com capricho, o que torna o jogo muito viciante, mesmo que não sejamos picados pelos recordes... Uma coisa difícil de fazer, uma vez que as tabelas de classificação aparecem assim que terminamos um nível. Finalmente, em termos de jogabilidade, cada fase principal tem três desafios, que por sua vez têm três objetivos, e se os completarmos, desbloqueamos upgrades para o nosso protagonista.

Um dos aspetos mais interessantes de Metal: Hellsinger é, sem dúvida, a sua banda sonora. Conta com vocalistas como Serj Tankian (System of a Down), Matt Heafy (Trivium), Mikael Stanne (Dark Tranquillity e, mais recentemente, The Halo Effect, com o resto dos ex In Flames), Randy Blythe (Lamb of God), Alissa White-Gluz (Arch Enemy), Björn Strid (Soilwork) e Tatiana Shmailyuk (Jinjer), pelo que a recompensa por atingir e manter o multiplicador x16 é matar demónios ao ritmo das suas vozes. Se és daqueles que gosta de metal durante todo o ano e não apenas quando sai um novo Doom, vais gostar ainda mais de Metal: Hellsinger.

Além da música, que é fantástica, o som é complementado pelo que parecem ser os dois únicos atores de voz disponíveis na indústria, Troy Baker e Jennifer Hale.

A primeira amostra de Metal: Hellsinger vai derreter o teu cérebro, mas assim que apanhares o jeito ao jogo (tem muito mais profundidade do que parece) vais divertir-te imenso. É uma mistura muito talentosa, oferecendo uma abordagem aparentemente simples e muito viciante de que vais gostar muito. Dá-lhe uma boa oportunidade e não fiques frustrado se não apanhares o jeito à primeira, Metal: Hellsinger tem muita diversão reservada assim que o ritmo começar a correr nas tuas veias.